Dois novos secretários de Belford Roxo são investigados em esquema que teria desviado R$ 30 milhões dos cofres públicos
Secretário de Governo e a secretária de Educação, que tomaram posse no começo de janeiro, são citados em investigações. Outros 2 secretários nomeados p...
Secretário de Governo e a secretária de Educação, que tomaram posse no começo de janeiro, são citados em investigações. Outros 2 secretários nomeados por Márcio Canella são investigados por suspeita de envolvimento com milícia. Investigação apura esquema que movimentou mais de R$ 30 milhões de dinheiro público em Belford Roxo, RJ Dois novos secretários municipais de Belford Roxo, nomeados em janeiro pelo prefeito eleito de Márcio Canella, foram investigados em um esquema de desvio de R$ 30 milhões dos cofres públicos, mostrou o RJ2. O secretário de Governo, Carlos Eduardo Pereira (Dudu Magalhães), e a secretária de Educação, Sheila Boechat Ferreira, foram indiciados em um inquérito da Polícia Civil em 2019. Em 2020, o Ministério Público ofereceu denúncia contra Dudu – Sheila não foi citada. Os crimes investigados eram de organização criminosa, fraude de licitações, falsidade ideológica, peculato e lavagem de dinheiro. Nesta quinta-feira (30), a Justiça fez uma audiência sobre o caso no fórum de Belford Roxo. O processo corre em sigilo e a TV Globo não teve acesso à sessão. O RJ2 teve acesso ao relatório do inquérito da polícia, que indiciou 21 pessoas. De acordo com a investigação, foi revelado um esquema montado para usurpar recursos públicos destinados à saúde. O que chamou atenção das autoridades foram operações suspeitas que movimentaram R$ 34 milhões entre 14 pessoas físicas e 17 jurídicas, que prestavam serviços à prefeitura. Segundo a Polícia Civil, os recursos foram transferidos para servidores ligados a João Magalhães da Silva, que na época era secretário de Administração. João, que morreu em 2019, é pai de Dudu Magalhães. A investigação aponta que a família operava um esquema de rachadinha na prefeitura, inclusive com a existência de funcionários fantasmas. Uma dessas funcionárias, segundo a polícia, seria justamente Sheila Boechat, que atualmente é secretária de Educação. Ainda segundo o inquérito, a organização criminosa também fraudava licitações e atuava em cartel com concorrentes direcionando disputas para vitória de empresas do grupo e fazendo contratações com dispensa de licitação de forma indevida. Outros dois secretários investigados Eles não são os únicos nomes do primeiro escalão de Belford Roxo na mira de investigadores. O RJ2 mostrou no começo do mês que outros dois secretários respondem ou responderam por suspeita de envolvimento com milícias na Baixada Fluminense. Fábio Augusto de Oliveira Brasil, conhecido como Fabinho Varandão, secretário de esportes, é réu por extorsão e porte ilegal de arma de fogo. Ele é acusado de chefiar um grupo que ameaçava moradores e explorava serviço clandestino de internet em bairros de Belford Roxo, e chegou a ser preso em 2018. Eduardo Araújo, secretário de indústria e comércio, foi condenado a oito anos de prisão por integrar uma milícia na cidade. O grupo, segundo a decisão judicial que o condenou, é responsável por uma série de homicídios na Baixada Fluminense. Ele recorre da condenação. O que dizem os envolvidos O secretário Carlos Eduardo, o Dudu Magalhães, disse que o processo tramita desde 2016. Declarou que acredita na justiça e que tem certeza de que tudo será esclarecido no final desse processo. A prefeitura de Belford Roxo disse que a secretária de educação não responde a nenhum inquérito ou processo criminal. E que não há contra o secretário de governo qualquer tipo de condenação ou decisão judicial que o impeça de exercer suas funções. A prefeitura disse ainda que respeita sempre o princípio constitucional da presunção de inocência e do devido processo legal para apuração dos fatos narrados. Sobre os outros secretários, um investigado e o outro condenado por ligação com a milícia, a prefeitura disse que publicou um decreto vedando nomeações de secretários que tenham condenação criminal transitada em julgado, ou seja, depois de esgotados todos os recursos.